quinta-feira, 7 de março de 2013

Afetividade, Sexualidade e Castidade



São Felipe Néri
Há alguns dias, no meio daquelas pesquisas que a gente faz de vez em quando para aprofundar o nosso conhecimento sobre nossa fé e nossa Igreja, escutei uma opinião que ficou ecoando na minha mente durante dias, como aquelas pequenas coisas que sem percebermos, tornam-se aprendizados definitivos, e toda vez que me via frente ao pecado, aquelas palavras vinham-me à mente. Escutei estas palavras do Pe. Paulo Ricardo em um vídeo onde o assunto era São Felipe Néri (um santo que eu, particularmente, admiro bastante), mais especificamente, um trecho onde ele relatava o posicionamento de São Felipe em relação ao pecado. O padre conta que para Felipe Néri o pecado deveria ser enfrentado até que o tivéssemos vencido, mas esta teoria não deveria ser aplicada em apenas um caso específico, a luxúria. Segundo, São Felipe Néri, nestes casos devemos fugir, nos manter afastados, o máximo possível, pois numa situação como esta, o diabo tem argumentos muito melhores do que os nossos, e contra nós, ainda há o nosso corpo, que também deseja pecar, assim, perderemos sempre, e então, pecaremos sempre, por isso a distância é a melhor solução, segundo ele.

Podemos observar, nesse posicionamento, uma fraqueza que pertence a cada ser humano, uma real dificuldade em superar as tentações da carne. E essa dificuldade aflora principalmente durante a juventude, período em que o corpo está sendo descoberto, assim como todas as suas “necessidades”. Se é complicado não cometer pecadilhos, imagina conseguir dominar as vontades da nossa natureza, nossos pensamentos e lembranças, e guardar apenas o que é puro, para agir com pureza? Mas viver a castidade é uma escolha diária, uma luta diária, pois a tentação nos acomete diariamente, o pecado da luxúria está escondido, ou até mesmo explícito nas coisas mundanas e o que difere as pessoas é a maneira como elas lidam com essas tentações. Esse é o ponto: como lidar? Como permanecer puro e casto num mundo tão cheio de pecado e tentação?

Como mencionei um pouco antes, o pecado, principalmente nos dias atuais, anda explícito de diversos modos. É bem fácil notar como relações afetivas (sexo, namoro, matrimônio,...) vêm sendo banalizadas desde a criação do mundo (ou melhor, desde que Eva mordeu a danada da maçã), como também a parte física do ser humano, e isso tem acontecido principalmente e com maior frequência no presente século. “Nunca se falou tanto no amor, mas também nunca se viveu tão pouco o amor (verdadeiro)”, não recordo quem disse isso, ou algo parecido, mas vem muito a calhar agora.

Mas será que é isso que Deus quer de nós? É essa a conduta que Ele espera da humanidade? Foi para isso que Ele nos fez? Respondo-lhe que não! Não mesmo! Fomos criados para a santidade, para a eternidade, para servir, adorar e glorificar a Deus, para testemunhar o Seu amor e Sua bondade com nossas vidas, com nossos atos, para isso é que fomos à Sua imagem e semelhança e é isso que Ele espera de nós, é essa a conduta que Jesus veio nos ensinar a ter.

Pena que muitos não conseguem enxergar todas essas coisas e a beleza que elas têm, mas há também quem faça diferente quem escolha fazer a vontade de Deus e buscar diariamente a semelhança com Ele. Pois somos templo do Senhor, Ele habita em nós. Portanto, quando usamos nosso corpo (do frizz até a ponta do pé) da maneira errada não estamos apenas ferindo a nós mesmos, mas também a Deus, que nos ama e quer a nossa santidade.

Cabe a cada um decidir ser o diferencial, deixar de ser exceção e passar a ser regra, vivendo da maneira desejada por Deus, sendo Seu instrumento, deixando que Ele nos guie, seja Senhor de nossas vidas, tomando a posição que Lhe cabe. Respeitando nosso corpo estamos respeitando a Deus. Vem do amor a Ele a importância de vencer os desejos da carne e viver a castidade, dando o verdadeiro valor para nosso corpo, para nosso coração, para nosso próximo, para o amor, para o namoro, para o matrimônio, para o sexo e para todas as questões ligadas à afetividade e à vida.

É necessário que nós consigamos descobrir o valor real das coisas e saber que acima de todas elas está Deus e é a Ele que devemos adorar, respeitar e servir. E o tempo não poderia ser mais propício, é Quaresma, período no qual Deus nos convida a conversão, a buscar o que é essencial. É fazendo Sua vontade que receberemos a maior das recompensas.

Respeite-se, preserve-se, você é a imagem e semelhança de Deus Pai e foi feito para a santidade. Então, busque-a!

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