São Felipe Néri |
Há alguns dias, no meio daquelas
pesquisas que a gente faz de vez em quando para aprofundar o nosso conhecimento
sobre nossa fé e nossa Igreja, escutei uma opinião que ficou ecoando na minha
mente durante dias, como aquelas pequenas coisas que sem percebermos, tornam-se
aprendizados definitivos, e toda vez que me via frente ao pecado, aquelas
palavras vinham-me à mente. Escutei estas palavras do Pe. Paulo Ricardo em um
vídeo onde o assunto era São Felipe Néri (um santo que eu, particularmente,
admiro bastante), mais especificamente, um trecho onde ele relatava o
posicionamento de São Felipe em relação ao pecado. O padre conta que para
Felipe Néri o pecado deveria ser enfrentado até que o tivéssemos vencido, mas
esta teoria não deveria ser aplicada em apenas um caso específico, a luxúria.
Segundo, São Felipe Néri, nestes casos devemos fugir, nos manter afastados, o
máximo possível, pois numa situação como esta, o diabo tem argumentos muito
melhores do que os nossos, e contra nós, ainda há o nosso corpo, que também
deseja pecar, assim, perderemos sempre, e então, pecaremos sempre, por isso a
distância é a melhor solução, segundo ele.
Podemos observar, nesse
posicionamento, uma fraqueza que pertence a cada ser humano, uma real
dificuldade em superar as tentações da carne. E essa dificuldade aflora
principalmente durante a juventude, período em que o corpo está sendo
descoberto, assim como todas as suas “necessidades”. Se é complicado não
cometer pecadilhos, imagina conseguir dominar as vontades da nossa natureza, nossos
pensamentos e lembranças, e guardar apenas o que é puro, para agir com pureza?
Mas viver a castidade é uma escolha diária, uma luta diária, pois a tentação
nos acomete diariamente, o pecado da luxúria está escondido, ou até mesmo
explícito nas coisas mundanas e o que difere as pessoas é a maneira como elas
lidam com essas tentações. Esse é o ponto: como lidar? Como permanecer puro e
casto num mundo tão cheio de pecado e tentação?
Como mencionei um pouco antes, o
pecado, principalmente nos dias atuais, anda explícito de diversos modos. É bem
fácil notar como relações afetivas (sexo, namoro, matrimônio,...) vêm sendo
banalizadas desde a criação do mundo (ou melhor, desde que Eva mordeu a danada
da maçã), como também a parte física do ser humano, e isso tem acontecido
principalmente e com maior frequência no presente século. “Nunca se falou tanto
no amor, mas também nunca se viveu tão pouco o amor (verdadeiro)”, não recordo
quem disse isso, ou algo parecido, mas vem muito a calhar agora.
Mas será que é isso que Deus quer
de nós? É essa a conduta que Ele espera da humanidade? Foi para isso que Ele
nos fez? Respondo-lhe que não! Não mesmo! Fomos criados para a santidade, para
a eternidade, para servir, adorar e glorificar a Deus, para testemunhar o Seu
amor e Sua bondade com nossas vidas, com nossos atos, para isso é que fomos à
Sua imagem e semelhança e é isso que Ele espera de nós, é essa a conduta que
Jesus veio nos ensinar a ter.
Pena que muitos não conseguem
enxergar todas essas coisas e a beleza que elas têm, mas há também quem faça
diferente quem escolha fazer a vontade de Deus e buscar diariamente a
semelhança com Ele. Pois somos templo do Senhor, Ele habita em nós. Portanto,
quando usamos nosso corpo (do frizz até a ponta do pé) da maneira errada não estamos
apenas ferindo a nós mesmos, mas também a Deus, que nos ama e quer a nossa
santidade.
Cabe a cada um decidir ser o
diferencial, deixar de ser exceção e passar a ser regra, vivendo da maneira
desejada por Deus, sendo Seu instrumento, deixando que Ele nos guie, seja
Senhor de nossas vidas, tomando a posição que Lhe cabe. Respeitando nosso corpo
estamos respeitando a Deus. Vem do amor a Ele a importância de vencer os
desejos da carne e viver a castidade, dando o verdadeiro valor para nosso
corpo, para nosso coração, para nosso próximo, para o amor, para o namoro, para
o matrimônio, para o sexo e para todas as questões ligadas à afetividade e à
vida.
É necessário que nós consigamos
descobrir o valor real das coisas e saber que acima de todas elas está Deus e é
a Ele que devemos adorar, respeitar e servir. E o tempo não poderia ser mais
propício, é Quaresma, período no qual Deus nos convida a conversão, a buscar o
que é essencial. É fazendo Sua vontade que receberemos a maior das recompensas.
Respeite-se, preserve-se, você é
a imagem e semelhança de Deus Pai e foi feito para a santidade. Então,
busque-a!
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