domingo, 8 de novembro de 2015

Lança-te em águas mais profundas!

Há uma semana, vivenciei numa missa uma liturgia inteira voltada à Santidade, e o padre numa bela homilia falou o quanto era difícil, mas ainda assim possível ser Santo e buscar a Santidade em vida. Faz algum tempo que ando meio confusa, um tanto quanto perturbada com alguns pensamentos. Porém, de uns dias pra cá, acho que isso tem piorado. Um questionamento vem se fazendo cada vez mais audível, uma necessidade vem se tornando gritante, mas não consigo saber exatamente o que se trata. Sou péssima com interpretações. E me desculpem, mas também sou um tanto cética em relação à opinião de terceiros, na maioria das vezes, pelo menos.
Voltando à homilia, algo permaneceu em minha mente depois daquele dia: esforço! Nós sabemos que o caminho da Santidade não é nada fácil de percorrer, que o mundo tem inúmeras maneiras de tentar nos seduzir, que nossa condição humana e nosso livre arbítrio, levam-nos muitas vezes a não fazer as melhores escolhas. Mas e se esforçar? Eu pelo menos nunca parei muito pra refletir sobre me esforçar. Sobre o que eu teria que sacrificar pra estar firme nessa escolha: buscar minha verdadeira vocação, a Santidade.
Daí, comecei a refletir sobre as coisas as quais ainda tenho apegos totalmente desnecessários, aos maus hábitos, a tudo que ainda continua errado, mesmo já tendo alguma noção do caminho a seguir. Então, mesmo sem entender bem o que está significando esforço nesse momento, eu não podia ficar parada. E uma das manias mais ‘erradas’ que eu possuo é a de achar que eu consigo resolver as coisas, sozinha. Sabe aquele pensamento: se eu consigo abrir um pote de azeitonas, sozinha, do mesmo modo consigo manter forte a minha fé? Só que isso, na vida real, com as pessoas de carne e osso, não cola, não cola mesmo. Na vida real, pouquíssimas coisas nós conseguimos sozinhos. É certo que a decisão pela mudança, as escolhas, as direções, enfim, somos nós que decidimos como será desenhada a nossa vida. Mas nossas conquistas, estas realmente possuem certa dependência das pessoas que estão por perto.
Então decidi mudar de atitude, e mesmo já tendo vivido uma experiência rápida com esse grupo de oração, resolvi voltar, não sei ao certo porquê, talvez pela proximidade, pela ligação que eu já tinha, ou simplesmente pelo fato de que, como diz o sábio mestre Lulu: “Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia!” Estamos mudando sempre, e nenhuma experiência se repete, tudo sempre acontece diferente. Por isso resolvi dar uma segunda chance pra mim e pra essa maneira de buscar a Santidade.
Sendo muito sincera, tenho uma dificuldade enorme em participar de grupos de oração. Talvez pelo fato de estar acostumada a rezar sozinha e refletir a palavra só nas missas e comigo mesma. Não sei ao certo, mas algo ainda me deixa muito inquieta, pouco focada. Provavelmente são estereótipos criados por mim e que vão se desfazer ao longo do tempo. Mas nesse momento, esse é o meu esforço, essa foi a oportunidade de sair daquele ambiente confortável, eu e eu mesma com Deus. Espero que eu encontre o que estava faltando, seja a vivência em comunidade, ou, seja alguma outra coisa que eu só vou descobrir arriscando, me lançando em águas mais profundas, desconhecidas e agitadas.
Talvez eu só precise continuar no barco, esperar no Senhor!
Que nós estejamos sempre desafiando nossa fé, nos propondo crescimento espiritual, desenvolvimento sem estagnação. Temos sempre que aprender, podemos sempre nos tornar melhores. O caminho da Santidade é longo, as vezes mais fácil, as vezes mais difícil, embora sempre recompensador!
Então, vamos às águas mais profundas?


Busquemos a Santidade!


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Devaneios de uma manhã aí.


É bonito de ver como a vida brota da vida.Como ela surge tranquila em meio à serenidade e a um cotidiano sem pressa. Isso me lembra muito do que está em Matheus, “não te preocupes com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas próprias preocupações”. E se vivêssemos assim: sem pressa, ou sem pensar o tempo todo o que devemos comprar ou onde devemos ir?
Simplesmente deixar a vida dar vida.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Você é mais parecido com Adão do que imagina, sabia?

Eu amo ver, me perder observando coisas. Sou do tipo que se emociona com a natureza e se apaixona pela dualidade do comportamento humano, tão simples e tão complexo ao mesmo tempo.
A dádiva de ver foi um dos presentes mais esplêndidos que o Senhor nos concedeu. Temos olhos que penetram almas e ao mesmo tempo transbordam-nas.
Sabemos que durante os dias de criação, o Senhor projetou todo o universo: as estrelas; o céu e o firmamento; as trevas e a luz, todos os seres não vivos e também todos os animais e plantas, e em tudo isso, o amor transbordava, por isso tudo funciona tão bem, tudo se regenera com tanta rapidez, tudo se melhora com o passar do tempo.
E Seu amor era tanto e de uma infinidade tamanha, que só poderia ser realmente compartilhado com algo semelhante a Ele. E então, criou o homem e deu a ele o controle sobre todos os seres que havia criado. E ainda, concedeu-lhe a capacidade de ama, pensou no homem, para que nele houvesse um vazio infinito. Certamente isso não foi algum descaço ou esquecimento do Senhor. É que todo o Amor vem Dele, Ele é o Amor, e só Ele poderia preencher o vazio humano. Não haveria Amor na terra suficiente que suprisse essa necessidade humana, só Ele.
Tudo que o Senhor faz é perfeito, isso é inegável. Nosso corpo tem detalhes e processos que até hoje não puderam ser explicados.
E dentre esses belos detalhes está o olhar. Um lembrete direto e claro de Deus nos mostrando como suas obras são perfeitas, de quanto amor Ele é capaz de transmitir, de como é imenso e cuidadoso esse amor por nós e, sobretudo, de como é gigantesca nossa responsabilidade com as criaturas a nossa volta.
Relembrando à criação, vemos como Deus entregou a Adão o domínio de cada coisa criada. E depois criou Eva, de sua costela, um ser igual, um ser que o complementa. Repito, de sua costela, não acima ou abaixo, mas a sua altura, igual.
Pensemos, então, da seguinte maneira: não importa seu sexo, somos todos como Adão. Fomos criados pelo mesmo amor, o mesmo perfeccionismo, a mesma responsabilidade de cuidar do que nos rodeia e, de amar nosso próximo [Eva] que existe para que não sejamos tristes e solitários, para nos ensinar uma nova forma de amor.
E pensando assim, eu me pergunto: como tenho cuidado do meu Éden e das criaturas que o Senhor preparou para ele? Como tenho procurado preencher esse vazio infinito que o Senhor, propositalmente deixou em mim? Essas fontes onde tenho buscado: possuem o Amor infinito? Como tenho cuidado de Eva, meu semelhante, meu companheiro nesse Éden? Tenho amado verdadeiramente? Tenho a protegido das tentações, sendo exemplo, estando atento a elas?

 “Provai e vede como o Senhor é bom, infinita é a Sua misericórdia.” - Sl 34,8 

Que o Senhor nos conceda Sabedoria e o discernimento para que possamos retirar as travas de nossos olhos, para que eles possam ver bem o que há em nosso interior e o que está ao nosso redor. E assim, consigamos ver o amor que há em tudo com mais clareza.


Busquemos a Santidade!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Porque todos nós precisamos de recomeços.

“Todo fim é também um começo, nós só não sabemos disso na hora.” – Criminal Minds (Episódio final da 7ª temporada)

Já havia pensado sobre isso várias vezes. Na verdade, depois de certo tempo acabo entediada, não que eu seja inquieta ou alguma caçadora de aventuras. Apenas tenho esses feelings de vez em quando. Sempre gostei da ideia do recomeço, de estar prestes a viver algo novo e inesperado.
Gosto também de coisas finalizadas, sabe? Aquele momento em que você resolve a equação, desvenda o enigma, ou olha para o seu armário depois que termina de colocá-lo em ordem. Fico extremamente empolgada com situações desse tipo.
Só que as vezes abandonar certos hábitos, lugares e pessoas parece algo tão complicado, quase impossível. Nosso organismo é programado para funcionar gastando o mínimo de energia possível, isso é físico, mas de certa forma também é psicológico, insistimos em estar parados ou repetindo movimentos.
Alguém que durante toda vida, morou numa mesma cidade, na mesma casa, convivendo com as mesmas pessoas, mantendo hábitos como fazer compras às sextas-feiras e ir à missa aos domingos não é tão diferente de alguém que viveu em constante mudança, nunca durando mais do que dois anos em um mesmo lugar, tendo empregos que apenas lhe garantissem a sobrevivência e sempre deixando bons amigos para trás, nas memórias. Esse é só um exemplo de que a mudança de ambientes nem sempre significa movimento, transformação.
Estamos sempre à procura de versões melhores de nós mesmos. Acho que é o certo. Apesar de nossa condição humana, fomos feitos para Santidade, somos o reflexo da perfeição. Nada mais justo do que buscarmos isso.
Embora tenhamos que nos empenhar bastante para deixar de lado algumas coisas, deixar algumas partes de nós morrerem para que algo melhor possa surgir, o esforço é certamente válido. Não sei quem exatamente disse isso porque sou péssima com citações, mas sei que “todo santo peca pelo menos 7 vezes ao dia”.
Certamente algo não está certo, então lembrar-se dessa frase diariamente pode ser um exercício válido. Pensar: o que eu devo finalizar hoje? O que precisa morrer em mim para que algo melhor possa surgir? Todo novo dia deve ser uma ressurreição, deve ser um recomeço.
Só o Senhor pode nos ajudar a realizar essa mudança, se entregue a Ele em suas orações, peça pela sua ressurreição, para que Ele lhe traga de volta à vida com sentido, operando o recomeço de que precisamos.
Busquemos a Santidade!


Dica: pensei nessa música ótima do Jon Foreman pra ajudar nessa reflexão. (Ressurrect me)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Das voltas que a cabeça dá: Namoro.

Talvez seja porque eu não esteja apaixonada, e convenhamos que os pensamentos tornam-se mais claros e mais lógicos quando estamos assim. Não sinto a necessidade de estar simplesmente junto a alguém; abraçando, sentindo, tocando. E possivelmente, eu esteja começando a perceber novamente o que significa o namoro.
Não preciso e nem devo esconder as tantas voltas que o meu coração e a minha mente deram nos últimos dois anos. Vivi bastante coisa, umas muito boas, outras muito ruins. Tive inúmeras conversas longas, umas sobre as maiores bobagens, outras sobre coisas extremamente tristes e sérias. Conheci tanta gente que até perdi a conta, conheci diferentes opiniões, pensamentos e estilos de vida. Conheci-me até me desconhecer.
E hoje, eu ainda não sei exatamente quem eu sou, se estou irremediavelmente distante de quem eu fui, se ainda não consegui aceitar quem me tornei ou se simplesmente, por estar viva, e estar em troca constante com tudo que está a minha volta, estou em constante transformação. Gostava de quem eu era, e houve dias em que desgostei muito de quem estava sendo. Embora hoje, esteja satisfeita com o caminho que percorri.
É inevitável passar os dias sem deixar um pouco de você por onde passa e sem absorver, cada pequena parte, de cada coisa com quem se tem contato. Viver sem mudar sempre, sem absorver novas perspectivas, sufoca você em si mesmo. É importante viver e errar também, às vezes. É válido entender que você é uma obra que nunca estará finalizada, pelo contrário estará sempre em construção, sempre necessitando de um reparo, e de um olhar novo pra mudar o rumo de tudo, tornando as coisas melhores.
Por um bom tempo eu deixei minhas convicções religiosas de lado, eu simplesmente não estava discutindo, nem me aprofundando, e muito menos querendo viver de tal maneira. Muito do que eu acredito estava presente no meu cotidiano, só que cada vez com menos frequência e muito menos intensidade. Eu apenas não queria aquelas certezas naqueles momentos, e fui vivendo sem elas, procurando talvez, esquecer-me delas.
Mas felizmente, tudo que está realmente certo em você, não se esquece, não se apaga; as coisas realmente boas e importantes que se aprende não podem ser esquecidas por completo, as lembranças tristes, e ao mesmo tempo valorosas, permanecem, com o tempo menos doloridas, mas sempre presentes.
Tudo que aprendemos, tudo que vivemos, tudo que escolhemos, é parte de quem somos, e mesmo mudando, não perdemos partes nossas. Caminhei, caminhei, até estar parada aqui, agora, escrevendo essas palavras. Tentando guardar seguramente cada nova convicção, que mistura tudo que vivi, que vai aos poucos consolidando minhas opiniões atuais. Esses lampejos vem rapidamente, e são extremamente certeiros, por isso é importante aproveitá-los.
Finalmente, aquela luz interior, aquele sopro de sabedoria, que sempre me acompanha inconscientemente, esse grito de Verdade; posso ouvi-lo, ainda que como um sussurro.
E percebo; que o namoro é preparação, é encontro de pessoas que enxergam a vida de maneira similar, que querem tentar caminhar unidas; é encontro de pessoas que se respeitam, que se veem como dons de Deus. O namoro é experiência simultânea em Deus e no outro, é transbordar-se; é aprender a dividir seus sonhos, suas orações, seu dia a dia.
Não se deve desejar alguém em sua vida, simplesmente para tê-la ao seu lado, sendo dois. Acredito que se deva desejar alguém com quem ser um seja a única opção. De certo, não há nada correto ou definitivo quando se trata de amor, quando se trata de duas pessoas. Cada um de nós tem sua singularidade, cada caminho percorrido apresenta suas curvas e leva a destinos desconhecidos.
O fato é que acabo de compreender que os meus desejos estavam por muito tempo ou desde sempre errados. Não sei qual dos dois se confundia mais, se a cabeça ou o coração, sei que as coisas dentro de mim não estavam no lugar.
Primeiro eu preciso de amor próprio, de respeito a quem eu sou, de um olhar especial para mim mesma, estar ciente do meu valor, da minha singularidade e da minha importância aos olhos de Deus; preciso lembrar sempre de que fui pensada para ser única e sou amada, pelo maior e mais sincero Amor.
É só cultivando esse Amor, que desde sempre faz parte de mim, que eu consigo transmitir amor e olhar carinhosamente para todos que estão ao meu redor, desenvolver a caridade, a piedade, a compaixão, a bondade, e tantas virtudes que só o amor ao próximo é capaz de nos proporcionar.
É possível entender?  Sei que sou um ser infinitamente amado, e me amo por ser assim; entendendo o amor consigo identificá-lo, colocá-lo onde está faltando. E transbordando tanto amor é que se consegue doar-se ao outro.
Então eu peço ao Senhor que retire a trava dos meus olhos e as impurezas do meu pensamento, para que eu consiga enxergar no outro o Deus que habita nele e vê-lo como pessoa que também foi pensada, que é amada e é dom do Senhor. Peço também que fortaleça minha fé a cada dia, para que o meu coração transborde seu amor misericordioso; que me esvazie e preencha-me novamente com os planos que tem para mim, que o meu querer seja também o Dele; que Sua presença seja cada dia mais forte; que não desista de mim.
Entregue-se nas mãos de nosso Senhor, seja Dele antes de mais nada. Ele tem bons projetos para você e acompanha atenciosamente cada passo seu.

Busquemos a Santidade!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Por que é tão difícil olhar outro ser humano como igual?



Acabei de ver algumas notícias no jornal, na verdade, isso já dura alguns meses, pelo menos com tanta visibilidade, esse é um assunto recente. O crescente número de refugiados do norte da África e da Europa Oriental, que tenta se abrigar nos ricos países europeus, procurando um recomeço, uma vida distante dos abusos físicos e emocionais, presentes na realidade de seus países de origem. E do outro lado, um rico continente que se fecha, tentando ignorar um grito uníssono por socorro, vindo do mais profundo de tantas gargantas cansadas.
(Obra "Operários" - Tarsila do Amaral)
É realmente triste encarar notícias como essas. Pessoas que não se reconhecem como iguais. Nações e governos, que por razões políticas, econômicas, religiosas e outras tantas sem nenhuma explicação aceitável, mas certamente todas fúteis, tratam outros seres humanos com violência e descaso.
Com uma superioridade não merecida, eles decidem e escolhem, não percebem o quanto cada país desse, que sofre, com a pobreza, com as guerras, com conflitos intermináveis, com uma miséria tão grande que chega a doer a alma, que viu a maior parte de suas riquezas e sua identidade ser levada sem piedade por colonos bons em explorar, em sugar até causar danos quase irreversíveis.
O que eu ouvi de um crítico faz todo sentido, tal revolução é tão somente uma resposta, que mesmo demorada, começa a se desenhar em traços fortes, duros de enxergar, mas de uma necessidade e sinceridade inegáveis.
Ainda é muito difícil, para mim, entender como o homem pode maltratar tanto um igual. Como pode desconhecer um ser humano, para preservar uma cultura, uma etnia. Talvez por ser brasileira, por ser fruto de tanta miscigenação, por viver em um país onde o diferente está a cada passo, sempre perto, sempre em nós mesmos. Não temos medo de nos perder, porque somos essa confusão, esse todo, essa nação que abraça, sem mais. Talvez por isso, nós consigamos esse olhar tão humano; nós nos enxergamos como sendo um só. Nos adaptamos bem em qualquer região ou continente, e fazemos o melhor para que os que vem de fora também se sintam assim, acolhidos.
O país de renegados, o país da escória, do lixo da sociedade portuguesa, dos mulatos, dos sem raça. Talvez seja o único país preparado, não economicamente, não constitucionalmente, não politicamente, mas preparado humanamente para ajudar quem precisa e abrigar quem não se sente acolhido na própria casa.
Nunca olhei com tão bons olhos para o meu país, e nunca me senti tão receosa em relação a outros lugares do mundo. Que esse nosso olhar nunca se perca; e acredito que não se perderá, pelo contrário, estamos ensinando isso para o mundo inteiro, para todas as nações que nos observam de fora, de cima, e principalmente, para todos que são recebidos pelo Brasil. Propagamos o amor ao próximo. Propagamos o pensamento de que somos um só, humanos. E silenciosamente isso é ensinado e passará de geração em geração.
Infelizmente, o Brasil não é a rota mais fácil e nem pode acolher o mundo inteiro. E por essas pessoas, que se perdem em outros caminhos, que não possuem outras opções, que arriscam o pouco que lhes sobrou e se lançam com fé e esperança numa jornada complicada e com grandes chances de estar fadada ao fracasso, essas pessoas, merecem nossas orações, nossa atitude, nosso amor. Os católicos de todo o mundo, sobretudo os europeus, foram aconselhados pelo Papa a abrigar ao menos uma família de refugiados em casa. Muitas outras pessoas no continente, já tiveram iniciativa e estão agindo da melhor maneira que podem.

Nós somos muito pequenos diante dessa orquestra política que rege o mundo em alguns aspectos. No entanto, nós que cremos no Amor maior, no Amor misericordioso e sem limites, nos tornamos gigantes quando nos deixamos levar por Deus, quando entregamos a Ele tudo que nos perturba, quando reconhecemos que só há sentido verdadeiro em viver quando somos regidos pelo nosso Mestre, Senhor de nossas vidas.
Muitas vezes eu esqueço, mas quando me aflijo com coisas assim e me disponho a pensar, só consigo chegar a Ele, o porto, a fortaleza. E mesmo sendo pecadora até a unha do mindinho, nesses momentos, sinto que meu coração bate, que não é de pedra e que dentro dele há algo, uma chama que não apaga nunca. Nós sabemos o que ela significa, só insistimos em esquecer quase sempre.
Certamente essa questão não se resolverá agora, nem daqui a um mês, ou antes do fim desse ano, muito menos no próximo. Parece ser uma característica humana que não pode ser negada: ser relutante diante do que está errado e diante dos seus olhos, insistimos em não ver e não pensar, porém aquilo que fugimos, continua sempre lá, até que ele cede, e por si só se desfaz da invisibilidade forçada, e reage! E sopra em nós com toda força a dor e a inconformidade de ter sido ignorado. É isso que acontece agora, é isso que já aconteceu tantas e tantas vezes, por motivos diversos, em macro e microprocessos.
Um número incontável de pessoas, nesses últimos meses, tem sido perseguida, enganada, maltratada. A palavra perseguição ficou se repetindo em mim, e me lembrou de quando Jesus apresentou ao seus discípulos a justiça do Senhor, que muitas vezes é incompatível com a terrena, mas que prevalece sempre, por toda a eternidade. E Mateus registrou-as, as chamadas bem-aventuranças; e precisamente quando diz: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.(5,10)", passam-se muitas coisas pela minha cabeça, penso em todos os que perderam suas vidas nessa jornada, todos que sofrem neste exato momento, todos que endurecem seu coração fazendo seus irmãos como inimigos, penso em todas as misérias que a condição humana cria e suporta. E desejo de todo o coração, que essas pessoas, que precisam de esperança, guardem a certeza dessa justiça, que prevalece e que é misericordiosa.


"Qual a diferença? Nosso olhar não deve se focar no que nos diferencia
e sim no que nos assemelha: o Amor que Deus tem por todos nós!"

Que o nosso coração transborde do Amor puro, verdadeiro e misericordioso.
Busquemos a Santidade!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O segredo está em como vemos!

O Senhor está em todas as coisas, mas de um modo fascinante podemos encontrá-Lo nas pequenas coisas, naquilo que pode passar diante dos nossos olhos centenas de vezes, ou apenas de relance. Nem sempre percebemos, no entanto, se estivermos despretensiosamente atentos, facilmente enxergamos.
Acabo de viver um desses momentos. Certamente não estamos alertas ou dispostos a filosofar sobre tudo que nos acontece ou está a nossa volta, embora devêssemos, pois é um bom exercício para a mente e para o coração. Pelo contrário, passamos a maior parte de nossas vidas apenas vivendo, quase nunca observando.
Existem coisas que nos levam com mais facilidade à reflexão; filmes me fazem refletir, sempre que são bons. No último que assisti algo me chamou bastante atenção, na verdade foi uma mensagem muito clara, mas não significa que reparamos em algo simplesmente porque está bem a nossa frente.
Não lembro claramente do trecho, mas ficou em mim o seguinte: não devemos medir nossa bondade pelo que abdicamos, excluímos ou negamos, mas pelo que abraçamos, incluímos e aceitamos.
Mesmo havendo valor em nossas renúncias e sendo elas fundamentais em nossa caminhada, devemos sempre lembrar que fomos feitos para o Amor e carregamos em nossa fé cristã o maior exemplo de tolerância, bondade e amor ao próximo.
Estamos neste mundo pela vontade de Deus, nossas vidas são dádivas concedidas a nós por Ele. E quando enviou Seu filho, deu-nos mais uma prova de Seu amor e de Sua infinita misericórdia e, sobretudo, mostrou-nos que é possível viver de modo santo neste mundo, mesmo com as injustiças, as misérias e as fraquezas próprias de nossa natureza humana.
Portanto, ao levantar todos os dias devemos ser perseverantes e lutar contra nossos pensamentos e fraquezas internas, bem como devemos aceitar as misérias dos que nos cercam. Entretanto, é importante que estejamos conscientes e prontos para exercitar tudo que há de bom em nós: a caridade, a compaixão, a tolerância, a fé. Mantendo isso presente em nossos hábitos, podemos transmitir o amor de Deus, fortalecer-nos em nossa fé e no caminho de Santidade.
Como costumam dizer, quando doamos algo de bom, ganhamos mais do que quando recebemos. O Senhor Jesus está sempre ao nosso lado para nos proteger e nos dar força e esperança através do Seu exemplo.
Uma boa semana pra nós!

Busquemos a Santidade!