Há
uma semana, vivenciei numa missa uma liturgia inteira voltada à Santidade, e o
padre numa bela homilia falou o quanto era difícil, mas ainda assim possível
ser Santo e buscar a Santidade em vida. Faz algum tempo que ando meio confusa,
um tanto quanto perturbada com alguns pensamentos. Porém, de uns dias pra cá,
acho que isso tem piorado. Um questionamento vem se fazendo cada vez mais
audível, uma necessidade vem se tornando gritante, mas não consigo saber
exatamente o que se trata. Sou péssima com interpretações. E me desculpem, mas
também sou um tanto cética em relação à opinião de terceiros, na maioria das
vezes, pelo menos.
Voltando
à homilia, algo permaneceu em minha mente depois daquele dia: esforço! Nós
sabemos que o caminho da Santidade não é nada fácil de percorrer, que o mundo
tem inúmeras maneiras de tentar nos seduzir, que nossa condição humana e nosso
livre arbítrio, levam-nos muitas vezes a não fazer as melhores escolhas. Mas e
se esforçar? Eu pelo menos nunca parei muito pra refletir sobre me esforçar.
Sobre o que eu teria que sacrificar pra estar firme nessa escolha: buscar minha
verdadeira vocação, a Santidade.
Daí,
comecei a refletir sobre as coisas as quais ainda tenho apegos totalmente
desnecessários, aos maus hábitos, a tudo que ainda continua errado, mesmo já
tendo alguma noção do caminho a seguir. Então, mesmo sem entender bem o que
está significando esforço nesse momento, eu não podia ficar parada. E uma das
manias mais ‘erradas’ que eu possuo é a de achar que eu consigo resolver as
coisas, sozinha. Sabe aquele pensamento: se eu consigo abrir um pote de
azeitonas, sozinha, do mesmo modo consigo manter forte a minha fé? Só que isso,
na vida real, com as pessoas de carne e osso, não cola, não cola mesmo. Na vida
real, pouquíssimas coisas nós conseguimos sozinhos. É certo que a decisão pela
mudança, as escolhas, as direções, enfim, somos nós que decidimos como será
desenhada a nossa vida. Mas nossas conquistas, estas realmente possuem certa
dependência das pessoas que estão por perto.
Então
decidi mudar de atitude, e mesmo já tendo vivido uma experiência rápida com
esse grupo de oração, resolvi voltar, não sei ao certo porquê, talvez pela
proximidade, pela ligação que eu já tinha, ou simplesmente pelo fato de que,
como diz o sábio mestre Lulu: “Nada do que foi será, de novo, do jeito que já
foi um dia!” Estamos mudando sempre, e nenhuma experiência se repete, tudo
sempre acontece diferente. Por isso resolvi dar uma segunda chance pra mim e
pra essa maneira de buscar a Santidade.
Sendo
muito sincera, tenho uma dificuldade enorme em participar de grupos de oração.
Talvez pelo fato de estar acostumada a rezar sozinha e refletir a palavra só
nas missas e comigo mesma. Não sei ao certo, mas algo ainda me deixa muito
inquieta, pouco focada. Provavelmente são estereótipos criados por mim e que
vão se desfazer ao longo do tempo. Mas nesse momento, esse é o meu esforço,
essa foi a oportunidade de sair daquele ambiente confortável, eu e eu mesma com
Deus. Espero que eu encontre o que estava faltando, seja a vivência em
comunidade, ou, seja alguma outra coisa que eu só vou descobrir arriscando, me
lançando em águas mais profundas, desconhecidas e agitadas.
Talvez
eu só precise continuar no barco, esperar no Senhor!
Que
nós estejamos sempre desafiando nossa fé, nos propondo crescimento espiritual,
desenvolvimento sem estagnação. Temos sempre que aprender, podemos sempre nos
tornar melhores. O caminho da Santidade é longo, as vezes mais fácil, as vezes
mais difícil, embora sempre recompensador!
Então,
vamos às águas mais profundas?
Busquemos
a Santidade!